UM CANTO PARA SR. ATOTÔ
Por Alanna Souto
As estações se esgotam em transições cíclicas.
A árvore mãe se solidifica na terra
Em gigantes raízes coloridas frutifica
Gera, esgota e equilibra.
Abençoa sua face viva, Sr. da vida.
Força estática que movimenta
E que conduz suavemente
O transmute de dor e lágrimas,
Sob o calor do Astro-Rei
Omulú, Sr. Atotô !
Cura a ferida, cicatriza...
Desfaz os nós,
Paralisa as almas empedernidas
Em suas asas de palha
Guarda o embrião,
No silêncio da recriação
Na trilha dos antepassados
Harmoniza todos os leitos, imperfeitos
E na virada de sua linha,
No caminhar do vale, da sombra e da morte.
É quando assopra Iansã de Balé
E nos guia a ventania
Para os abraços do inesgotável
Amplifica o corte da foice
Abençoando cada regeneração
Por Ele, o dono da transformação
O início, o fim e o [re] começo.
Obaluaê, o Rei, ajuberú!
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