TEMPLOS SAGRADOS, DIRIGENTES E DÍSCIPULOS, ALGUMAS CONSIDERAÇÕES- PARTE I
Uma igreja, centro ou um terreiro deveriam ser sinônimos de amparo e solidariedade; locais que, a exemplo dos hospitais numa frente de guerra, teriam de oferecer enfermeiros preparados para fazer curativos, aplicar remédios e alimentar os feridos; aglutinar pessoas prontas para confortar os aflitos, erguer os decaídos, estimular os cansados e dar esperanças aos que desistiram do percurso da vida. [Via pagina https://www.facebook.com/ramaatys]
Citação acima é mais do que certeira! Contudo há "homens" que constroem templos de caridade [mesmo com ajuda de muitos] como se fosse uma extensão privada-familiar de seu lar material, basta contrariar seus brios [pseudos] morais que são capazes de “apedrejar”, expulsar, afugentar pelas costas todos aqueles que ameacem ou risquem sua imagem suma moral. Independente de serem templos sagrados institucionais ou não, aliás, isso ocorre com mais frequência, infelizmente, em templos não institucionais [terreiros, tendas, etc], sem generalizações é verdade, o “poder” corrói a alma dos seus dirigentes caso se deixe levar pela “vaidade moral”, a caridade passa a ser a moeda de troca, diga-se de passagem nem sempre o ouro de papel é o corruptor-mor, já dizia uma querida e amada mestra de aruanda “ a vaidade é um monstro de vários tentáculos”...
A Igreja católica, por exemplo, mesmo estabelecendo o celibato alegando a pureza do corpo e da alma na verdade já previa a imposição e a interferência dos laços conjugais no seio de sua igreja, caso seu padre constituísse uma família, herança, posse... enfim, o anseio pela propriedade privada. Bom, apenas algumas especulações históricas por trás do celibato.
O que quero dizer com essa reflexão de agora com base no que foi destacado na citação acima é a aleivosia que está por trás daqueles que regem templos sagrados quando são postos em contrariedades por algum de seus discípulos ou por alguma situação que leve a comunidade perceber suas falhas, afinal são feitos de carne e osso, poucos são os mestres capazes de assumir seus equívocos diante de seus discípulos ou assumem que falharam com tal membro do templo ou em tal situação ou situações, aí que começam a passar pelas chamadas provas de expiações, sobretudo, quando envolve a “imagem ilusória da moralidade humana”, é nesse momento, também, que começa a “queda” quando se evita o diálogo, quando se usa um “guia” para justificar ou escamotear suas ações, não seria um caso de mistificação? Deixo a pergunta... enfim, quando se manipula a todos a uma VERDADE SUPREMA ABSOLUTA, quando se ataca um ou mais irmãos de fé pelas costas, utilizando do seu ofício para se colocar acima de tudo e de todos, para enfim esconder seus erros numa tentativa autoritária de isolar a todos da comunidade de ouvirem outras “verdades” e “realidades”. Tamanha é a pressão da “dirigência familiar” [digo aquela “direção” que cônjuges interferem na condução de um templo] que membros da comunidade passam até mesmo se afastar de todos que contrariem suas ideias ou daqueles que decidirem seguir fora dali por divergências internas, passam a ser taxados de errantes ou obssediados pelas trevas, cômico se não fosse trágico, daí pode-se perguntar por onde anda a tão importante tolerância e humildade pregada pelos mestres superiores astrais?...
Podemos lembrar de casos em diversas esferas que envolvem “o abuso do poder”, vamos buscar na história, Tróstki ao se recusar aceitar todos os meandros da Ditadura de Stálin na U.R.S.S é exilado, perseguido e por afim assassinado nos de anos de 1940, um exemplo bem extremista, mas que nunca deve ser esquecido...no âmbito da religiosidade que é o cerne dessa reflexão, quem lembra do processo “inquisicional” praticado pela Igreja Católica Apostólica Romana ao grande teólogo e humanista Leonardo Boff em 1989 por fazer da espiritualidade uma leitura da realidade social humana e da natureza , criticando a ordem estabelecida e fazendo releituras das escrituras sagradas e de Cristo Jesus pela ótica dos excluídos, dos alijados, dos considerados “imorais e sujos” ´[prostitutas, homossexuais, bissexuais,etc.] numa sociedade padronizada por uma falsa moral , contrariando assim a VERDADE ABSOLUTA PAPAL, que está cada vez pior em suas tribunas “inquisicionais”, depois do estabelecimento da infalibilidade do papa, nenhum réu pode ter direito a defesa porque não se pode partir do princípio de que a autoridade eclesiástica esteja equivocada. Pasmem! Então, não existe direito à defesa, é o único tribunal oficial do mundo onde isso acontece.
Infelizmente em alguns templos não institucionais o direito à defesa, se existe acusações, claro, também é arbitrariamente anulado pelo simples fato do “sacerdote supremo” ou “Zelador do santo” se colocar como detento único da verdade e incapaz de errar, sempre correto, o senhor ou senhora da razão, legítimos amigos da verdade e usando de vários mecanismos não para o convencimento, mas para “amendrontar” aqueles que ousarem a ouvir qualquer outra verdade. Pergunto aos senhores leitores, isso não seria outra forma de mexer com livre-arbítrio das pessoas? Uma “amarração” ás avessas? Bem, para um praticante de uma religião “pura e limpa” que prega respeitar o livre-arbítrio dos seres, não seria uma forma de aprisionar? É, meus caros, é preciso repensar as nossas ações, pois se ataca tanto o outro pela prática da baixa magia, mas se esquece de se atentar para as ações perniciosas humanas tão prejudiciais e vilipendiosas quanto a sorrateira “magia negra”.
Finalizo a reflexão levantando algumas indagações pertinentes ou não, daí vai do processo de pensar de cada um, que serão aprofundadas num próximo artigo continuidade deste. Se os questionamentos dentro de um templo cessar; se tudo que autoridade suprema[zelador/sacerdote/pai ou mãe de santo] e o “cônjuge sacerdotal” [digamos assim aos maridos ou esposas que interferem na direção de uma “casa santa”, "termos" que criei agora durante a análise, tendo em vista que isso não procede com a ética sacerdotal sagrada ] pregarem estão acima de todas as verdades e todos calarem? Como evoluir em prol da compreensão divina, da tolerância perante a diversidade humana, da cura e da libertação? Os guias de luz, mestres superiores, apesar de pacientes e generosos com todos seus aparelhos [médiuns] ainda continuarão a se comunicar com essas autoridades, em especial, os sacerdotes diante de tantos descaminhos internos e externos rumo a uma inflexibilidade humana, enrijecidas baseadas em vis valores pessoais, morais ou familiares colocados acima dos valores divinos? Colacando em risco de levar a todos em uma direção estreita da intolerância, quiçá do fanatismo e aí sim entrar numa frequência vibratória com seres de esferas baixas e densas? Afinal como diz o ditado bíblico à única coisa que deve ser estreita no sentido do sacrifício pelo discernimento,reforma interna e sabedoria é a “porta dos céus”, a semeadura é árdua e poucos persistirão na caminhada com criticidade e bom senso!Pela fé libertadora e não cega!E assim disse o apóstolo Mateus porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem. (Mt 7:13-14).
Saravá
Alanna Souto
09/12/ 2012.
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