ORAÇÃO AOS PRETOS VELHOS
Por Alanna Souto.
Senhores e senhoras do cajado
Trazem em suas vestes as marcas dos povos mais antigos das civilizações
Carregam na cor, no semblante, mãos e alma a cicatriz do chicote da escravidão.
Seus corpos envergados como se numa simbiose entre o céu e a terra,
Representações de sua força maior, Obaluayê.
Preto velho,
Energia telúrico-aquática do reinado de Malchut da árvore da vida.
Absorve-nos, esgota-nos e nos cura.
Vovô, Vovó, pai das almas...
Nesse dia de alegria e glória,
O 13 de maio da libertação.
O marco da perene luta pela liberdade
Reverencio sua sabedoria e humildade
E cada momento de orientação e proteção
Peço perdão pelas minhas faltas e arrogância
Por tanto tempo gasto dedicado à matéria.
E aquele sonho que construímos juntos, vovó
É o “preço” da sua compreensão,
Diante das incertezas do porvir.
Mas é da colheita individual para o coletivo
Do aquilombar-se das lutas
Que as fomes serão saciadas
As enfermidades curadas
E o sonho realizado.
Salve as almas!