DESCOLONIZANDO OS ASTROS (OU EXERCÍCIOS DE LEITURAS)
12/02/2016 14:32
Remo desde sua morte não curte Marte, mas a culpa foi do seu irmão gêmeo Rômulo que apenas estava praticando defesa pessoal . E assim o Caim do Rio tibre desencarnou. O planeta vermelho apenas sorria diante do espetáculo cármico da lei de Newton.
Contudo uma das filhas de Remo, a sagitariana colombina latina parece que tem cada vez mais focado energias mentais para o templo marciano. Cuidado, senhorita, se der quebranto, o retorno que bate na antena parabólica volta com toda força ao ponto de origem. É derrame. Avisa dado.
Aprecio as sagitas ou escorpianas que se jogam e se oferecem valendo às iaras que vivem em seus rios de águas doces, contudo não aprecio o outro lado oculto e libertino vulgar que escamoteia o coringa macho alfa nas mangas do carteado quando as cartas se abrem na mesa.
É o eterno jogo de azar da panis et circense que sempre precisará de uma representação masculina para se movimentar na gestão do espaço do poder e ocultar suas práticas homoafetivas de um espaço vivido reprimido, burlado e traído. O lobo urra e aceita a farsa.
Já a onça nem sempre aceita a solicitação de amizade da tristeza que insiste nas teatralizações do espaço concebido.
Sim, a mãe terra luta por dar voz, vida e corpo, formas ao espaço daqueles que vivem suas práticas para além da fantasia, muitas vezes, hipócrita do carnaval.
A mãe terra, na verdade, apenas retira o véu de um espaço vivido que já existe desde os tempos da criação.
O amor clandestino dos espaços siderais colonizados se recria, quiçá se liberta (ou libertará?).