AUTOCARTOGRAFIA FEMININA
No caminho de volta para minha cabana.
Vivi o luto.
Sentada na terra.
Eu vi o fantasma do meu amor.
Joguei a coberta era um cadáver só meu.
Escondi meu corpo semi morto da bruxa rica. Feia e com cachorros sem dentes.
Ela se arrastava pelo chão. Sem dúvida uma réptil perigosa, mas sem sabedoria, tudo que tocava apodrecia.
Cuidado, a mão invisível dela quer teu lugar e tua visão.
Mas antes de morrermos .
Tal qual o amor proibido de Shakespeare.
Bricávamos naquelas antigas lembranças.
Sentada de bunda na terra. Meu nome étnico fragmentado te via. Quando te acenei antes de chegar.
O amor de meninas.
Crescemos. Foi ficando cada vez mais proibido.
A bruxa réptil queria viver todas as suas poesias. Nao evoluída. Na cachoeira dela nada refletia da mão da verdadeira escriba que queria roubar, a pedra jarina tocantina.
O passarinho me falou: "Voa passarinha".
A arqueira entao revivia
Quando anoitecia. A luz brilhante da minha lua marajoara indígena ribeirinha.
Alguem te confundia.
Pisavam no pinto .
O cadáver da aleivosia.
Boia na noite.
Você recebia a puma noite. Pé da rebeldia.
Ego das humildes caboclas ribeirinhas.
Das encruzilhadas das quilombolas vizinhas.
Amanhecia
A historiadora da nossa íntima autocartografia feminina.