A FORNALHA DO TEMPO [OU AUTOPSICANÁLISE]

22/06/2014 19:09

 

Por Alanna Souto

A busca por uma versão melhorada de si, um grito menor, um xingamento mais suave, uma crítica sobre o outro mais doce mesmo que firme. Reconhecer em cada ser vivo seu papel singular e de suma importância, dar crédito aquilo e aqueles que lhe contribuam para o seu crescimento, doa a quem doer, mas, sobretudo, os que lhe dão com alegria e os que sabem receber com gratidão tudo que se presenteia com coração.

Maldito do ser humano que não sabe agradecer, não sabe se desculpar, não sabe se sentir lisonjeado com uma carta de amor, com uma poesia, uma literatura dedicada para o seu bem querer; uma música que lhe leve aos céus...

É mais do que certo, o passado é um fantasma que deve ser exorcizado em doses cavalares de presente com todas suas metas, perspectivas, atividades e afetos sendo muito bem recepcionados mais do que possam existir desafetos. Alegria prevalecente diante de todo qualquer sinal baixo astral , orai e vigiai.

Todavia, a importância para si enquanto modelador do Senhor Tempo para a produção de bons e frutíferos pães a fim de zerar todo tipo pendência com aqueles que um dia possa ter sido severo numa crítica, numa piada certeira, mas caçoadora ou numa ação/palavra injusta, é exercitar a tão rara e admirável humildade, agir com retidão e se desculpar, tarefa para poucos, bem verdade. Não é culpa, também, da astrologia, o signo A ou B padecer da síndrome do rei leão ou leoa, como é comum estigmatizar os leoninos nesses aspectos do horrível orgulho, enfim, o que se quer dizer aqui é que o reconhecimento de que se equivocou, o ato de agradecer, dar e receber está intrínseco no caráter e no bom senso de cada um, daqueles que os tem, obviamente ...

A procura, o pedido de desculpas, a vontade de reaproximar, pode vim junto com ímpeto da reconquista que não pode ser extrapolada de três ou no máximo quatro tentativas, aliás, quatro, símbolo do poder, de autoridade, carta do imperador no tarot, positiva e da firmeza com equilíbrio. Infelizmente, nem todos estão dispostos a, de fato, ficar bem com o próximo, o que não quer dizer em ser amigo ou amante novamente do suposto ofensor, mas sim limpar o coração e mente dos excessos horrorosos do rancor que muitas vezes se enraíza de tal forma no [in]consciente que os atos falhos se mostram em evidencia transportando-se para as fronteiras virtuais, confundindo-se com o social, o político e o profissional, prevalecendo o desequilíbrio.

O teste de força e de sanidade ainda pode ser mais sorrateiro para aquele que está buscando se rever na modulagem do seu pão quando o ser em desequilíbrio que tentas zerar as pendências começa ,numa tentativa louca de auto-afirmação em se exibir maravilhoso, a exagerar e inventar em seus relatos cheio de fantasias e vaidades, “estou insistemente sendo procurada , milhares de vezes...” [ daí, pedes pra ver a caixa de mensagem em sua rede, 3, 4 tentativas elegantes de diálogos, nada demais ] ou pior num surto de devaneio, mesmo sabendo de testemunhas que presenciaram tudo depondo contra,  criar fatos para justificar a paixão arrebatadora recolhida transvestida de desafeto, mágoa e afirmações enlouquecidas,  “quero distância, não te quero por perto” ,  deixando a sensatez de lado e persistindo em sua criação fantasiosa de situações que nunca aconteceram. Mais triste seria a insistente insustentabilidade do peso desse ser terminar na cadeia, no xilindró por conta de suas invencionices. Nem Milan Kundera toleraria tanta covardia e jactância calórica insustentável para a leveza do nosso ser.

O universo assim lhe testa o seu [des] equilíbrio, alguns dizem ser casuísmo, outros diriam karma, mas na verdade nas esferas de todas as correntes, do esoterismo á física quântica, sempre existirá o livre-arbítrio nas mãos daqueles que são cientistas de seu tempo que optam em modelar seu pão na fornalha do tempo por meio da auto-crítica e da auto-transformação, do exercício da humildade, da generosidade em doar e da sabedoria em saber receber, juntamente da virtude em ser grato, na práxis muito mais do que no discurso.  Protagonistas e figurantes do seu roteiro serão fontes empíricas de cada pão que será produzido e repartido, anônimos das histórias.

E para estes sempre haverá pães do fornalhador na relatividade do relógio, enquanto isso na liga da justiça de quem persiste em ir à contramão do harmônico dialético, alimentando-se de hipocrisias e mentiras, arrogância, de rivalidades contraproducentes, conveniências, má língua e outras perniciosidades que se faz a si e ao próximo, as “rugas” e “lepras” ficam por conta do tempo da ampulheta.

 

 

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